quarta-feira, 15 de abril de 2009

Quando o problema é nosso

Foi o tempo em que as drogas eram problemas exclusivos das periferias das grandes cidades. Hoje é comum vermos que o "problema", que, enquanto lá estava e sob controle era inofensivo, se expandiu de forma desenfreada em direção ao "asfalto". O descontrole nada mais é do que o reflexo, ou melhor, a verdadeira face do problema que foi implantado dentro da classe menos favorecida.
A sobrecarga tem de escapar para algum lugar, o que está sobrando precisa ser realocado em algum lugar, ou ser devolvido para de onde veio. A verdade é que, nunca, as classes C e D tiveram poder aquisitivo para financiar o tráfico. Mas, se esse dinheiro dali não vinha, quem colocou ele ali? Navios e aviões carregados de drogas e armas. Quem forneceu o capital de giro para o início da atividade nas áreas mais pobres? Não é muito difícil de se responder, contudo, nem todo mundo arrisca um palpite.
O que fazer quando a conseqüência começa a nos atingir? é bom lembrar, antes de realizar qualquer ação, que esta sempre terá uma reação, é inevitável. E isso é o que acontece nos dias atuais, a reação. Clínicas de reabilitação com altos índices e fluxo de dependentes químicos, em sua grande maioria de classe média alta. Surpresa? Para alguns sim, para os mais realistas nem tanto.
Vale rever alguns conceitos, em se tratando do tema DROGAS, considerando que elas continuam se alastrando entre todas as classes sociais, sem fazer distinção de sexo, raça, idade ou grau de instrução. Sempre ouvimos dizer que é melhor prevenir do que remediar, todavia, não é a prevenção baseada em diálogos que tanto se fala a que nos referimos e sim políticas de combate ao tráfico na fonte, desmascarando quem realmente investe grandes somas nessa atividade ilícita, porém altamente lucrativa e, mais lucrativa ainda quando o verdadeiro culpado não é preso, muito menos apontado.

Acorda Brasil!

Ícaro Santos
(icaroesantos@gmail.com)

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